HALFWAY THERE.

Seis meses depois... Muita coisa mudou.
Cheguei aqui há exatamente 6 meses, dia 8 de Setembro de 2013. Agora é dia 8 de Março de 2014 e, ao mesmo tempo que parece que eu cheguei aqui ontem, também parece que eu sempre vivi aqui.


Estou lotada de trabalhos, e todos meio complicados. Então mil perdões pela falta de atualização aqui. Apesar de tudo, tenho tentado aproveitar mais a cidade. Saí algumas vezes só por sair, para fotografar a cidade principalmente. Só que sempre tem aquele dilema: eu vim aqui para estudar e estou fazendo isso, mas, ao mesmo tempo, eu não quero ficar trancada em casa fazendo trabalho o dia todo. Se fosse para ficar trancada fazendo trabalho, eu ficaria no Brasil mesmo.

E quando eu digo que muita coisa mudou, muita coisa mudou mesmo. Já percebi que minha aparência mudou e tive isso confirmado quando mostrei uma foto minha de 2013 para meus flatmates e eles concordaram. O bronzeado? Já era. Estou mais branca do que nunca com essa falta de Sol. Engordei sim, uns 2 quilos. Nada que me incomode muito, mas comecei academia aqui para não ficar parada. Também, eu tinha passado três meses na casa dos meus pais (porque a Unesp estava de greve) antes de vir para cá, então eu tinha engordado nesse tempo também, por isso acho que estou até mais magra aqui. 

Só que não é só na aparência que eu notei algumas mudanças. Morar em uma cidade tão grande e tão diferente do Brasil muda sua percepção das coisas e das pessoas. Experimentar uma nova cultura, ter que se virar para entender o que dizem ou o que fazem, tudo isso muda você. Acho que o fato de estar convivendo também com pessoas de diversas partes do Brasil influencia e muito. Só assim você percebe o quanto o Brasil é grande e como as coisas diferem de uma região para a outra. 

Mas, falando de diferenças, tô para falar sobre isso em um post há bastante tempo, então vamos lá. 

O que eu achei mais diferente na cultura e no modo de viver Londrino?

A história de dirigir do lado esquerdo e assim utilizar o lado esquerdo da rua ao invés do direito não é exclusivo dos automóveis. As pessoas também cortam pela esquerda. Sabe aquela coisa de você estar andando em um lugar estreito, vir alguém na direção oposta e, por convenção, a pessoa vai para a direita e você vai para a direita e tudo fica certo? Aqui é pela esquerda. Você desce as escadas do metrô pela esquerda. E é uma coisa com a qual eu ainda não me acostumei muito e sempre fico confusa às vezes.



Aqui o horário de funcionamento de bancos e outros comércios e negócios é bem diferente. Isso também se aplica a estudo. Geralmente o dia começa às nove da manhã e termina às cinco da tarde. Eu geralmente entro na aula dez, dez e meia da manhã. Tenho impressão que as coisas começam muito tarde e acabam cedo...

No Brasil, você fica procurando uma sombra na rua. Aqui você fica procurando o Sol. Não sei se é só no inverno, ainda tenho o verão para encarar e descobrir.

Fila em supermercado, farmácia e afins? Nunca peguei uma muito grande, nem mesmo no Boxing Day (dia de promoção depois do Natal). Os caixas são eletrônicos (ainda têm os normais, com pessoas mesmo, mas os eletrônicos são mais rápidos). Você mesmo escaneia o código de barras, paga e pega a notinha. Isso também acontece nas estações de metrô e trem. 

Comida é uma coisa que eu achava que veria mais diferença do que vi. A carne é cara e não é tãaao boa, eles comem muito porco aqui também. Salada e frutas é meio diferente também, apesar de alguns supermercados maiores terem aquela seção de hortifruit, o que eu mais vejo é salada e fruta já embalada. Cebola, cenoura, batata... Tudo empacotado também. E aqui eles têm o "meal deal", que seria uma combinação de bebida, sanduíche ou alguma comida pronta para consumo e uma sobremesa, você escolhe e paga um preço fixo, umas três libras.

Aqui tem muita franquia de café ou lanches. Tem um Pret A Manger, um Coffee Nero, um Starbucks, um Wasabi, um Costa em cada esquina. Sim, também tem McDonald's, Burger King, KFC... Mas eu vejo bem menos do que esperava ver.

Edredom: enquanto no Brasil você compra o edredom já estampado, aqui você compra ele "cru" e compra uma capa. Daí é mais fácil na hora de lavar ou se quiser trocar a estampa.

Sabonete parece que só tem líquido... Em barra parece que só Dove e algumas outras poucas marcas, a seção de sabonetes em barra é pequena também. 

Os supermercados todos têm sua própria marca e, dentro da sua própria marca, têm meio que uma divisão de "classes", dos produtos mais refinados aos menos refinados, ou seja, dos mais caros, com embalagem mais bonita, até os mais baratos. E não é algo que as pessoas preferem não comprar, como no Brasil, aqui as coisas de supermercado tem tanta qualidade quanto uma de outra marca.

Mercados de rua no fim de semana são amor. Só digo isso.


Brick Lane!

Sobre design e artes e tudo mais: me sinto um pouco mais segura aqui em relação ao meu curso e futura profissão. Você percebe que eles dão valor para essa área tanto quanto dão valor para áreas "mais privilegiadas" no Brasil.

Parques, parques e mais parques! Quando a gente chegou, estava no final no verão e ainda estava tudo verde e florido e é lindo! Ter um parque para fazer um piquenique ou passear e esquecer um pouco o "mundo urbano" é muito bom.





O transporte funciona! Apesar de algumas interrupções e algumas linhas no fim de semana ou o fato do metrô fechar meia noite, tem ônibus sempre que você quiser... Mesmo que você tenha que pegar uns 3 ônibus na madrugada, você chega em casa! Haha. Ah, e festa geralmente acaba umas três da manhã, senão até dava para ficar até o metrô abrir.



Tudo aqui é pra prevenir ou apagar incêndio. Londres tem um belo trauma porque em 1666 teve um incêndio que queimou literalmente metade da cidade, então tem alarme de incêndio, saída de emergência, extintor, simulação de alarme de incêndio te acordando às oito da manhã e te fazendo descer 11 andares de escada de pijama...

Teatros e musicais e gente tocando sanfona no metrô e violino no meio da rua é algo que você vê em todo o lugar.




Eu não vou encher mais o saco de vocês sobre as diferenças entre Londres e Brasil, porque, no fim, eu ainda vu fazer um post sobre as coisas que eu vou sentir falta e vai ser um lista muito maior! Haha.

É isso, boa sorte para mim e pros trabalhos e para esse inverno fraco que nem neve teve!




Um comentário:

Unknown disse...

Sarah, suas postagens só me deixam ainda mais ansiosa para conhecer Londres um dia!